NUTRICIONISTA

Eu e o Açúcar. Amor ou Ódio?

O que é o açúcar para você? E para a ciência da Nutrição? E para a Palavra de Deus? Vamos descobrir?

 O açúcar é um carboidrato simples, solúvel em água e de sabor adocicado. Para o dicionário da língua portuguesa, é uma substância doce extraída da cana de açúcar ou da beterraba; sacarose. Para o bebê é o adocicado sabor do leite de sua mãe. No ponto de vista da criança é uma guloseima dado como presente e para a sua mãe, proibição. Para a mulher é o prazer escondido em uma deliciosa sobremesa ou chocolate, que segundo ela, pode resultar em obesidade. Para pessoas com dietas especiais é o alimento proibido nas festas.

A Bíblia está cheia de palavras como doce, mel, doçura e em Provérbios 16.24 diz: “ As palavras bondosas são como o mel: doces para o paladar e boas para a saúde”. Mas em provérbios 25.16 exorta a moderar: “Não coma mel demais, pois você pode vomitar”.

Ultimamente, o açúcar tornou-se o vilão para uso em todas as faixas etárias independente do indivíduo. Para a população em geral, é relacionado aos mesmos efeitos que as pessoas que precisam de restrição ao seu uso, como é o caso de diabéticos, os que estão com resistência a insulina, com alterações no perfil de gorduras do sangue, com enxaqueca e, seus efeitos estão sendo duramente comparados ao uso de drogas ilícitas.

Efeitos notórios do consumo do açúcar estão ligados ao excesso na dieta e não somente pelo o que ele é. Do ponto de vista do seu efeito sobre a saúde, destaca-se dois tipos de açúcares: os que estão presentes naturalmente nos alimentos como em frutas e no leite e os que são extraídos de alimentos (cana de açúcar, beterraba e milho),  estes últimos são adicionados em alimentos processados ou em preparações culinárias e chamamos de “açúcar de adição”.

Atentar para a leitura de rótulos dos produtos de supermercado é importante, pois contém açúcares de adição e passam despercebidos em nosso cotidiano. Exemplo importante é o ketchup que em uma colher de sopa pode conter 5g de açúcar.

A Organização Mundial de Saúde recomenda que o consumo diário de açúcar de adição não ultrapasse 10% das calorias ingeridas diariamente, em uma dieta saudável. Maiores benefícios à saúde podem ser alcançados se o consumo diário de açúcar for reduzido para 5% das calorias ingeridas (ou cerca de 25g de açúcar por dia, que equivale a 5 colheres de chá).  Contudo, há aqui uma individualidade porque cada pessoa tem seu consumo de acordo com seu peso e condição de saúde. Para conhece-lo deve-se procurar um profissional nutricionista para estimar e avaliar o uso de açúcar de adição.

Sob uma regra geral, o açúcar é permitido em nossa dieta diariamente se ele for consumido de forma moderada, excluindo os casos de pessoas com doenças em que deve-se restringi-lo. Pois o seu uso em pacientes diabéticos por exemplo, pode levar a alterações da glicemia significativas com seu uso contínuo e provoca as complicações desta doença como é o caso de agravos no sistema nervoso central, digestão e cicatrização de pele. Nestes casos deve-se evitar os açúcares como a sacarose, mel e frutose em pó.

Na enxaqueca por exemplo, o uso de carboidratos simples juntamente com substâncias estimulantes como cafeína, chá preto e pimenta corrobora com exacerbação dos sintomas e aumento das recidivas.

No emagrecimento, o açúcar é avaliado individualmente devido aos hábitos alimentares, cultura, peso e casos de compulsão alimentar. Geralmente, o uso do açúcar pode ser um facilitador de adesão ao programa da perda de peso, porém em alguns momentos, recomenda-se a restrição diante ao efeito platô (quando não há mais perda de peso), excesso de consumo por doces concentrados, substituição de refeições saudáveis por doces. Logo mais, recomenda-se voltar a ingeri-lo em sua porção segura até que o objetivo da perda de peso seja atingido. Caso não haja preferências por doces e nem o uso de açúcar de adição, a individualidade é preservada.

Casos em que os açúcares de adição estão provocando alterações importantes no metabolismo como é o caso de doenças no fígado, pâncreas, resistência insulínica, triglicerídeos elevados no sangue, pós cirurgias bariátricas, faz-se a restrição por um tempo determinado e após avaliação dos exames laboratoriais assegura-se a ingestão destes novamente de acordo com o peso.

E em todas as restrições que possivelmente poderão ocorrer há o interesse por mudanças dos hábitos alimentares para a promoção da saúde em beneficio também de aprimorar os resultados que deverão atingir.

Quais açúcares consumir? Lembrete: estes também devem seguir a recomendação de no máximo 10% das calorias totais da dieta. Pode-se incluir na dieta os açúcares orgânicos ou não: demerara, mascavo, açúcar de coco. Para subsistir açúcares devido a casos de doenças ou ainda no processo de emagrecimento, pode-se escolher os mais naturais como estevia e xilitol.

Não torne os seus dias menos prazerosos por fazer as escolhas que outros estão fazendo, siga a orientação exclusiva para sua idade, peso, condição econômica e histórico de saúde. Você é única, o Senhor criou cada um destes alimentos para servi-la, alimenta-la e dar prazer. Nosso corpo foi feito para a digestão de açúcares normalmente, temos todas as enzimas e outros processos digestivos para utilizar a glicose, o grande problema  é quantidade ingerida. Devemos aprender com Jesus a desfrutar do domínio próprio que já temos e dizer não aos excessos.