NUTRICIONISTA

Maternidade e Equilíbrio do Corpo

Assim Ana engravidou e, no devido tempo, deu à luz um filho. E deu-lhe o nome de Samuel, dizendo: “Eu o pedi ao Senhor”. 1 Samuel 1.20

Pedir ao Senhor Jesus por um filho está no coração de muitas mulheres e Deus deseja atendê-las. Deus nos deu um corpo para cuidar e as muitas mulheres quando entram na idade fértil (entre 15 e 44 anos) não dão tanta importância para cuidar do corpo, pois imaginam que a boa nutrição e cuidado com peso ideal devem ser feitos somente quando estiverem grávidas de fato.

Quando o assunto é gestante, as dúvidas mais frequentes são a respeito do peso ideal durante a gravidez e o que comer para controlá-lo. E como a maioria das mulheres iniciam esta fase com sobrepeso ou obesidade, o enfoque aqui será para este grupo de mulheres.

Como já tratamos aqui nos artigos anteriores sobre a emagrecimento, coloco mais um dado relevante: Há evidencias que um dos fatores que desencadeiam a obesidade são estas alterações no peso corporal nesta fase da vida fértil feminina, onde as puérperas não controlam a alimentação e seu estilo de vida e ganham um indesejável peso posterior que segue, em alguns casos, aumentando e trazendo inúmeras complicações para a saúde. E é uma pena que 2/3 das mulheres ganham peso acima do recomendado para cada trimestre.

Portanto, avaliar o peso inicial da gestante e a relação com peso posterior, bem como o seu ganho durante a fase, são inerentes a um bom prognóstico tanto para a mãe como para o bebê.

O ganho de peso ideal na gestação é baseado nas recomendações do Institute of Medicine (IOM,2009) e leva em consideração o IMC pré-concepcional da paciente. Exemplo: Peso adequado 18,5 – 24,9 Kg/m2 com ganho de 11 – 16Kg totais ou 0,4kg/ semana. Quando já é obesidade maior ou igual ao IMC de 30kg/m2 o ganho de peso fica entre 5 – 9kg totais ou 0,2 kg/semana.

Consequências do sobrepeso ou da obesidade nas gestantes:

Diabetes Melito Gestacional (DMG) em gestantes obesas é três vezes maior que na população geral.

Pré-eclâmpsia também aumenta principalmente quando o ganho de peso dobra para 5 a 7kg/m2 em relação ao seu IMC pré gestacional.

Complicações no parto:  maior risco de parto pós-termo ou pré-termo em alguns casos. Diminui as chances de parto normal.

–  Infecções do trato urinário durante e gestação

Anemia gestacional independente do volume extra da gestante.

Obesidade infantil e predisposição de obesidade na fase adulta.

Defeito no tubo neural independente dos níveis adequados de ácido fólico

 

RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS

Controle do Peso e alimentação saudável:

– Aumentar a ingestão de água para evitar constipação e possíveis infecções urinárias;

– Aumento de calorias devem ser calculadas por um profissional nutricionista pois não é considerado que a gestante deve comer por dois como diz o ditado popular.

Proteínas: preferir proteínas de alto valor biológico como as carnes, ovos, leite e derivados. Porém deve-se atentar para as outras proteínas como de leguminosas (feijão, lentilhas, grão de bico e soja)

Carboidratos: são importantes para o equilíbrio hormonal e suas escolhas devem ser para os ricos em fibras (aveia, farinha de trigo integral, centeio, painço, linhaça, chia e farinha de arroz integral) e evitar carboidratos simples demasiadamente como exemplo: açúcar refinados e cristal, doces concentrados, farinhas brancas (deve-se equilibrar com as integrais).

Gorduras: importante na formação do sistema nervoso do feto deve ser equilibrado e dar preferência por gorduras boas como, abacate, castanhas, amêndoas, azeites, o uso moderado de óleos nas preparações é bem-vindo e evitar frituras.

Vegetais verde escuros (ricos em ferro e vitamina A): evita anemia e ajuda no aumento da imunidade, diminuição do inchaço e crises hipertensivas. Ingerir junto com alimento rico em vitamina C (frutas, tomate). O consumo adequado de vitamina A no primeiro trimestre ajuda evitar deficiências congênitas no feto.

Vegetais e frutas alaranjados e vermelhos: ricos em carotenoides e antioxidantes também auxilia na melhora da imunidade e age contra o estresse, possíveis alterações da pressão e problemas de retenção hídrica. Pode ser acrescido em seus lanches na forma de sucos ou ainda nas preparações cozidas ou assadas.

Vitamina D: impede a hipocalcemia neonatal, ajuda na formação do esmalte dos dentes e auxilia no crescimento fetal.

Ácido fólico: toda mulher em idade fértil deve ingerir mais dos alimentos ricos neste nutriente, porém ainda é insuficiente. Por isso, a Organização Mundial de Saúde recomenda o enriquecimento em industrializados.

Ferro: estudos mostram que este nutriente é importante para evitar mortalidade materna e fetal pois permite maior suprimento de oxigênio, previne anemia e tolerância às hemorragias pós -parto (Christian, 2002; Nogueira et aI, 2002). No segundo e terceiro trimestres é importante suplementar com medicamentos para assegurar a gestante destas complicações. Encontra-se este mineral em carnes vermelhas (melhor absorvível), ovos, vegetais verde escuros com ajuda da absorção da vitamina C junto.

Cálcio: previne más-formações e crises hipertensivas na mãe. Encontramos em abundância no leite de vaca e derivados enriquecidos com este mineral.

Café: moderar a ingestão para o máximo de 300mg de cafeína por dia, o equivalente a 3 xícaras de café por dia.

Adoçantes: preferir em casos de doença prévia como a diabetes ou pela indicação médica.

Assim como Ana orou a Deus pedindo o filho, ela também teve fé para recebe-lo, mesmo tendo tantas evidências contra ela. Ana permaneceu firme e enxergando o seu milagre. Eu acredito que o ato de andar em fé é também escolher ações como cuidar da saúde do seu corpo e ter estilo de vida saudável.

 

Um comentário

  • helaine

    Muito bom o artigo! Depois da minha primeira gravidez onde engordei 18 kg, me preparei antecipadamente para a minha segunda gravidez para não engordar novamente. É muito mais difícil perder o peso depois, então o melhor é se cuidar antes.

Deixe uma resposta