Alimentação de crianças de 7 a 10 anos:
Esta fase chamada de escolar requer o suprimento dos gastos energéticos com a atividade física e ritmo de crescimento constante e além disso, eles apresentam ganho mais acentuado de peso. Se tornam muito mais independentes e tem em seu ciclo de amizades e vínculos mais fortes com crianças da mesma idade. Como ganham peso rapidamente e mais força, é importante incentivar a prática de atividades físicas de maior interesse deles, como as brincadeiras.
Segundo a Sociedade de Nutrologia em Pediatria, nesse período, a criança costuma modificar o seu hábito alimentar por influência do meio e pela maior capacidade cognitiva e autonomia. Os hábitos alimentares da família ainda continuam a exercer influência sobre as práticas alimentares dos escolares e em dados de 2009 da população brasileira verificou-se redução no consumo de arroz, feijões, raízes e tubérculos, peixes e ovos e aumento no consumo de embutidos (salsichas, presunto, linguiças, salame), refeições prontas e biscoitos. Essas mudanças contribuíram para o aumento da prevalência de doenças crônicas não transmissíveis, como a obesidade e as suas
complicações.
Alimentação na Adolescência
Segundo a Organização Mundial da Saúde, a adolescência é o período da vida que se inicia aos 10 anos de idade e se prolonga até os 20 anos (inclusive), ocorrendo durante esse percurso intensas transformações físicas, psicológicas e comportamentais. As necessidades nutricionais sofrem influencia da puberdade e do estirão do crescimento e é uma fase de desenvolvimento.
A escolha dos alimentos é potencialmente determinada por fatores psicológicos, socioeconômicos e culturais, que interferem diretamente na formação dos hábitos alimentares.
Há diversas alterações corporais que inclui alterações dos caracteres sexuais
secundários, composição corporal, estirão de crescimento e de massa corporal junto com variações individuais quanto à atividade física.
Do ponto de vista nutricional, os adolescentes pertencem a uma faixa de risco
extremamente vulnerável no que diz respeito ao estilo de vida e ao alto consumo de energia e gordura, especialmente na forma de lanches. O consumo excessivo de lanches afeta não somente a ingestão diária de macronutrientes mas também a de vitaminas e minerais. A frequência diária do consumo de lanches constitui um aspecto de preocupação, e isso se deve, em grande parte, à evidente relação entre qualidade da dieta e aumento da obesidade.
O hábito alimentar é também caracterizado por pular refeições excluindo
principalmente o café da manhã ou almoço. Consomem mais açúcares, gorduras e sal com maior frequência e diminuem substancialmente o consumo de grãos, fibras e leite e seus derivados.
Cuidados nutricionais
. Seguir com orientações sobre alimentação saudável e a mesma de toda
família como descrito em artigos anteriores aqui no site
www.mulheresemdeus.com.br
. Incentivar e firmar hábitos saudáveis em família, pois tendem a preferir refrigerantes e sucos artificiais no lugar de ingerirem leites e derivados e ainda, os incluem durante as refeições de almoço e jantar.
. Aumentar o consumo destes alimentos ricos em cálcio e vitamina. Há baixa ingestão de vitamina D ocasionada por falta de exposição solar e erro alimentar. Raros são os alimentos que contêm essa vitamina e, nos que a possuem, as quantidades são muito pequenas (exemplo: salmão, atum,
sardinha, ovo, ostras, arenque fresco, fígado de galinha e bovino). A
deficiência de vitamina D e de cálcio está relacionada a retardo no
crescimento, doenças autoimunes, cânceres, fraturas e desenvolvimento de
osteoporose na vida adulta. Estimular o consumo de peixes marinhos duas
vezes por semana, caso tenha condições financeiras, por isso a escassez
descrita acima.
. Evitar a substituição de refeições por lanches.
. Orientar o escolar e sua família sobre a importância de ler e interpretar
corretamente os rótulos de alimentos industrializados. Inclusive, incentiva-los a irem às compras sempre que possível.
. Reduzir o tempo gasto com atividades sedentárias (TV, videogame e
computador). Limitar o tempo com essas atividades – no máximo, 2 horas/dia.
. Incentivar hábitos alimentares e estilo de vida adequados para toda a família
com práticas esportivas em grupo e familiar
. Estimular a “autonomia orientada”: que a própria criança ou adolescente sirva
seu prato com orientações adequadas das porções que consegue ingerir ou
recomendada. Ensinar quanto aos desperdícios.
. Avaliar a presença de fatores de risco de distúrbios nutricionais nos
adolescentes: fumo, poucas horas de sono, ingestão de álcool e energéticos.
. Principalmente para os adolescentes, incentivar o consumo de alimentos ricos em zinco devido ao desenvolvimento ponderal e à maturação sexual e ferro por causa da necessidade aumentada com à expansão do volume plasmático para disposição de maior massa eritrocitária (células sanguíneas) e de maior quantidade de mioglobina (células presentes no músculo), importante no desenvolvimento da massa muscular. Durante a puberdade, o adolescente do sexo masculino chega a aumentar em 33% suas células sanguíneas. Já as meninas, após a menarca (primeira menstruação), têm necessidade de ferro três vezes maior que a dos meninos devido às perdas menstruais e por isso, a deficiência de ferro na adolescência é muito frequente. Nesse período de desenvolvimento há elevada prevalência de anemia por inadequação de ferro
na dieta e pelo aumento das necessidades desse mineral.
. Alimentos Rico em ferro: Carne vermelha, vegetais verde-escuros, como brócolis, espinafre e couve, leguminosas, como grão-de- bico, lentilha, ervilha e feijão e outros . Alimentos ricos em zinco ostras, camarão, carne de vaca, frango e de peixe, fígado, gérmen de trigo, grãos integrais, castanhas, cereais, legumes e tubérculos
. Uma alimentação inadequada pode levar a riscos nutricionais importantes
como a subnutrição ou o excesso de peso e ainda, um aumento da
suscetibilidade a doenças crônicas não transmissíveis na vida adulta, como
diabetes, obesidade e doenças cardiovasculares.