DOCE LAR,  NUTRICIONISTA

Não sei o que fazer, o meu filho não come!

Esta é uma queixa da maioria das mães que em sua rotina não conseguem fazer com que o seu filho se alimente melhor. Vamos então ver alguns conceitos e dicas maravilhosas que poderão te ajudar a criar e percorrer um novo caminho?
É necessário conhecer os tipos de distúrbios que existem em diversas fases da infância e adolescência:

Anorexia fisiológica:
Pode ter início aos 6 meses e vai até 1 ano de vida ou mais, podendo chegar a somar 5 anos neste processo. A criança é marcada constantemente pela curiosidade do novo, sem início bem determinados, não há outros dados referentes a distúrbios psíquicos da criança, da mãe, do vínculo entre mãe e filho, simplesmente a criança deixa de alimentar talvez pela desaceleração do crescimento. E por incrível que pareça a criança não apresenta alteração de peso e altura. Logo esta fase passa e ela começa a comer de tudo, ainda que fazendo algumas preferências.

Anorexia infantil ou verdadeira:
Caracteriza-se por baixa ingestão de alimentos que não supre suas recomendações e pode ter a causa desde uma desnutrição, como carências vitamínicas e de minerais até mesmo distúrbios gastrointestinais, náuseas, diarreia, alergias, e até infecções recorrentes, como por exemplo, as respiratórias. Deve haver tratamento e acompanhamento por profissionais para minimizar os efeitos que estas condições ocasionam.

Falsa anorexia:
Opinião observada somente pelos pais e familiares pois a criança não apresenta perda de peso ou baixa estatura.

Pseudo-anorexia:
É momentânea, a criança não come o suficiente devido dificuldade de mastigação e/ou deglutição, presença de aftas, fissura palatina, estomatite, dores dentárias. Esta desaparece quando todas estas queixas são saradas.

Anorexia seletiva ou seletividade alimentar:
A grande maioria dos pais dizem que seus filhos são seletivos, apesar de não apresentarem prejuízo ao estado nutricional, nos horários e práticas alimentares. Porém, quando se faz uma avaliação detalhada da ingesta alimentar nota-se que a criança recusa frutas, verduras e legumes e pouca ou nenhuma vontade de experimentar e ainda, demora muito pra comer. Esta seletividade pode ser só uma fase, mas pode perdurar. Famílias com comportamentos inadequados, controladoras, que apresentam dificuldades de estabelecer limites, permissivas ou negligentes tem mais chance de vivenciar este distúrbio em seus filhos. A falta de modelos adequados, levam a hábitos inadequados na infância.  As crianças devem ser diagnosticadas, assim como o comportamento da família e o estilo de vida.

Dicas e cuidados importantes:

Identificar se a alimentação da criança é monótona, se as preparações e temperos são sempre os mesmos. Se sim, variar as formas de preparo acrescentando de dois a três novos alimentos por semana.

  • Se a criança consome muitos alimentos na forma de purês ou liquidificadas, ir acrescentando aos poucos uma consistência mais sólida e até mesmo oferecer alimentos que ela consiga pegar com as mãos.
  • Nunca disfarçar alimentos rejeitados, pois ela deverá conhecer os sabores e novas formas possíveis de preparo.
  • Deixar a criança plantar verduras e acompanhar seu crescimento regando pode estreitar uma boa aceitação destes alimentos que ela mesma rejeita.
  • A criança pode comprar e participar do preparo das refeições e ainda, se servir daquilo que ela produziu, pode ser uma estratégia eficiente se ela for incluída na rotina da casa.
  • O ambiente para fazer refeições deve ser agradável e os pais devem abandonar o hábito de expor a vida de entes queridos e problemas familiares. Este momento deve ser regado a uma boa conversa, alegria, amizade e cumplicidade. Se houver necessidade, procurar assistência de um psicólogo para detectar e ajudar nestes conflitos que talvez tenham levado a criança a entrar neste distúrbio, pois, problemas orgânicos ou emocionais, do ambiente ou das diferentes combinações de problemas podem fazer parte da causa.
  • Repetir a introdução de alimentos mesmo que a criança o rejeite.
  • Encorajar a criança quanto aos progressos de aceitação dos novos alimentos e novas preparações.
  • Evitar frases como:

    Foto: Jussara Potter


– “…deste jeito você não vai comer, né?”  

–  “…será que você vai comer hoje?”
– “ …hoje você vai comer o quê?”
–  “…só isso?”

  • A presença da mãe ao lado da criança é muito importante para reduzir distrações, principalmente nas crianças menores.
  • Incentivar a autonomia da criança na hora de alimentar, oferecendo pratos e talheres de acordo com a idade.
  • Se possível, reduzir o porcionamento evitando que a comida esfrie e perca a atratividade e isso favorece a diminuição do tempo da criança em se alimentar levando-a a terminar junto com o restante da família.
  • Além das preparações coloridas, o ambiente também deve ser atrativo, com uma mesa limpa, claro, pratos e talheres com contraste de cor bem como, a toalha de mesa. Traga este momento como sendo especial para todos. Um momento totalmente agradável e esperado! Coloque uma música, louvor instrumental bem baixinho.
  • Evite gritar e disciplinar fisicamente a criança por não comer!

 

Qualquer criança que fique livre para comer o que quiser, logo logo estará com fastio destas guloseimas e isso provocará um senso de valor aos alimentos saudáveis, apesar de não ser uma conduta muito aceita este tipo de estratégia, alguns estudos relatam que a criança na fase escolar rapidamente rejeita esta alimentação desequilibrada.

Portanto, seja firme na introdução de novos alimentos em qualquer fase da vida da criança e também na reeducação alimentar, pois esta fase vai passar e você colherá os frutos mostrando que você é uma mãe cheia do Espírito Santo e que suas emoções são governadas por Ele.

 

Sabrina Rodrigues é nutricionista clínica, casada com Luciano Rodrigues , mãe de três filhos,
Luiz , Sara  e Gabi. É membro e líder na Igreja Videira e vive atualmente em SÃO PAULO /SP  BRA.
E-mail: sabrina@pedacosdobrasil.com.br